Filosofia aplicada - Crenças intoleráveis (Crenças II)
| Artigo de Opinião |
Qual o preço do vosso silêncio?
Está na hora de começar a unir as migalhas espalhadas (diga-se, crónicas)...
Quando achamos que uma ideia/crença é incorrecta, a partir de que ponto ela se torna intolerável?
No seguimento das crónicas sobre a tolerância, as crenças, etc:
a) Quando alguma ideia/crença é incorrecta, do ponto de vista do conhecimento disponível (investigação científica), ou do ponto de vista ético (filosofia), o mínimo que podemos fazer é:
Está na hora de começar a unir as migalhas espalhadas (diga-se, crónicas)...
Quando achamos que uma ideia/crença é incorrecta, a partir de que ponto ela se torna intolerável?
No seguimento das crónicas sobre a tolerância, as crenças, etc:
a) Quando alguma ideia/crença é incorrecta, do ponto de vista do conhecimento disponível (investigação científica), ou do ponto de vista ético (filosofia), o mínimo que podemos fazer é:
1.1) Não validar publicamente (vulgarmente pôr um like)... Parece básico. Será que podemos ir mais longe?
1.2) Será que podemos fazer uso de uma argumentação lógica, sem depender da credibilidade (ethos) ou emoções (pathos), somente lógica/razão (logos), e discordar publicamente de algo que achamos incorrecto?
2.1) Ou por medo de deixarmos de sentir a aprovação dos outros, preferimos nos calar?
2.2) Ou para não termos chatices, preferimos nem ligar ao que é difundido, e preferimos nos alienar.
Nenhuma das estratégias parece contribuir para mudar algo em relação às crenças...
Vou copiar as questões finais que coloquei nas crónicas anteriores:
“Até que ponto é que as vossas crenças profissionais podem vos prejudicar ou podem prejudicar os outros?
Ser tolerantes, só porque sim?
Qual o real preço que pagamos para satisfazer a nossa necessidade de aprovação e identificação?”
E agora pergunto de novo:
b) Quando é que uma crença se torna intolerável?
Usando a analogia de um neurónio, qual a quantidade de estímulo (crença incorrecta = desprovida de conhecimento ou com ética questionável) necessário para despolarizar a membrana pré-sinaptica do neurónio (despertar a nossa intolerância)?
Respeitando a mesma analogia, a resposta é: depende da sensibilidade da membrana ao estímulo.
Sensibilidade...
“A sensibilidade é inversamente proporcional à distância que nos separa dos problemas dos outros.”
c) Partindo do princípio que as premissas anteriores vos fazem sentido:
Não será importante compreender as nossas crenças e a dos outros? Questionar?
Não tolerar se for preciso, sem medo de perder a aprovação dos outros?
1.2) Será que podemos fazer uso de uma argumentação lógica, sem depender da credibilidade (ethos) ou emoções (pathos), somente lógica/razão (logos), e discordar publicamente de algo que achamos incorrecto?
2.1) Ou por medo de deixarmos de sentir a aprovação dos outros, preferimos nos calar?
2.2) Ou para não termos chatices, preferimos nem ligar ao que é difundido, e preferimos nos alienar.
Nenhuma das estratégias parece contribuir para mudar algo em relação às crenças...
Vou copiar as questões finais que coloquei nas crónicas anteriores:
“Até que ponto é que as vossas crenças profissionais podem vos prejudicar ou podem prejudicar os outros?
Ser tolerantes, só porque sim?
Qual o real preço que pagamos para satisfazer a nossa necessidade de aprovação e identificação?”
E agora pergunto de novo:
b) Quando é que uma crença se torna intolerável?
Usando a analogia de um neurónio, qual a quantidade de estímulo (crença incorrecta = desprovida de conhecimento ou com ética questionável) necessário para despolarizar a membrana pré-sinaptica do neurónio (despertar a nossa intolerância)?
Respeitando a mesma analogia, a resposta é: depende da sensibilidade da membrana ao estímulo.
Sensibilidade...
“A sensibilidade é inversamente proporcional à distância que nos separa dos problemas dos outros.”
c) Partindo do princípio que as premissas anteriores vos fazem sentido:
Não será importante compreender as nossas crenças e a dos outros? Questionar?
Não tolerar se for preciso, sem medo de perder a aprovação dos outros?
E sabendo que tudo isto está dependente da nossa sensibilidade e dos outros... Ou seja, se alguém está alienado do problema, quanto menos se falar, menos se sabe sobre o problema (e menos se age sobre ele).
Então, já pensaram nas consequências de não fazer nada?
Qual o preço do vosso silêncio?
Então, já pensaram nas consequências de não fazer nada?
Qual o preço do vosso silêncio?
“Bad men need nothing more to compass their ends, than that good men should look on and do nothing.”
John Stuart Mill
Inaugural Address Delivered to the University of St Andrews, 2/1/1867
John Stuart Mill
Inaugural Address Delivered to the University of St Andrews, 2/1/1867
(Texto recuperado de Agosto 2019)
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