Reflexões - A coragem do “paciente”

| Artigo de opinião |

Para o paciente, doente, cliente... o que lhe quisermos chamar, fazer fisioterapia requer alguma coragem, seja qual a dose, muito ou pouca.
Vai depender do problema/situação clínica em questão, do paciente e de factores ambientais, mas é precisa: para acordar mais cedo, sair mais cedo do trabalho, ou simplesmente mudar a rotina.
É preciso coragem para nos despirmos à frente do profissional de saúde, e despir, não apenas de roupa, mas de preconceitos e tabús em relação ao nosso próprio corpo, em relação às crenças relacionadas com a nossa saúde. É preciso coragem para ouvir um desconhecido a criticar, ainda que construtivamente, o nosso corpo, o nosso movimento, as nossas dores, o nosso estilo de vida. É preciso coragem para nos deixarmos tocar por um desconhecimento, para nos sujeitarmos ao seu escrutínio quando nos movemos, para ouvirmos que está mal e que temos de tentar fazer melhor o exercício.

Ser-se paciente não é fácil. Enquanto profissional de saúde, assumir isto ajuda a colocar-mo-nos na “pele” do paciente e a compreender a tremenda posição de desvantagem dele. Respeitar essa posição é dar opção de escolha no tratamento, é ouvir a opinião do paciente e tê-la em conta. Os fisioterapeutas podem ter o conhecimento sobre todos os aspectos que envolvem o movimento, e as melhores estratégias para facilitar determinado objectivo, mas recorde-se, o corpo é seu.
 
O meu sincero agradecimento a todos os meus corajosos pacientes.
 
 
(Texto recuperado de 2017)

Comentários

Mensagens populares